Folha Universal

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


Aliança de Deus com os homens


Nem uma única palavra que Deus pronunciou caiu no vazio, pois todas realizaram o propósito divino


Trecho do livro "Aliança com Deus", do bispo Edir Macedo 

Quando Deus criou o primeiro ser humano, era Sua intenção que esta criatura viesse a se desenvolver e procriar na face da Terra, colaborando assim com o Criador na edificação de uma sociedade perfeitamente justa, da qual Ele receberia o perfeito louvor. E aí entra a razão principal por que Deus criou o ser humano: Ele o fez para que O adorasse.
A palavra "Deus" significa "Um que é adorado". Quando uma pessoa adora alguma coisa ou alguém que não seja o Deus Único e Vivo, Criador dos Céus e da Terra, essa pessoa torna-se idólatra em função daquele ou daquilo que adora. Temos visto na história do povo de Israel as várias advertências que o Senhor Deus fez para evitar que o Seu povo viesse a ser idólatra. Vimos também a ira de Deus se manifestar contra Salomão e todos os demais reis em Israel, devido à idolatria e as consequências drásticas por causa disso. Na verdade, Deus, como o nosso Criador, não aceita, em hipótese alguma, dividir a Sua glória com quem quer que seja.
O apóstolo Tiago disse: "Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?" (Tiago 4.5).
Não é difícil entender esse ponto de vista da parte de Deus, porque qual é o pai ou a mãe que tem prazer em saber que o filho tem chamado e considerado qualquer outra pessoa como pai ou mãe?
Com a desobediência de Adão e Eva à Palavra de Deus, este não teve outra alternativa senão executar um plano para tentar resgatar a Humanidade oriunda daquela rebelião. No plano divino, alguém deveria dar a sua vida em troca de todos os demais, mas este alguém não podia também ser qualquer um; tinha de ser semelhante ao homem original ou ter a mesmíssima estrutura física de Adão, viver neste mundo e jamais cometer qualquer pecado, por mínimo que fosse.
Em outras palavras: o sacrifício tinha de ser perfeito, física e espiritualmente, para servir. A única opção estava na vinda do Filho de Deus como Salvador. Ele seria sacrificado em favor da Humanidade, e, para que Ele pudesse vir, foi necessário criar uma nação separada de todas as demais.
A partir de Abraão, Deus começou a construir uma nação especial para esse propósito; fez dele a nação de Israel, e dentre os dessa nação escolheu uma moça virgem e pura para que concebesse Jesus, a fim de que, por seu intermédio, fosse feita uma nova e definitiva aliança com todos os que se submetessem à Sua Palavra.
É claro que todas as tentativas de aliança que Deus fez com o ser humano falharam, não porque as exigências da parte de Deus fossem impossíveis de ser atendidas, mas porque a índole humana é pecaminosa por natureza. Já examinamos a aliança que Deus fez com Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, o povo de Israel, Saul, Davi e finalmente, Salomão.
Vimos os benefícios que uma aliança com Deus traz imediatamente para aquele que se submete às regras; vimos as consequências desastrosas quando essas regras são quebradas; e pudemos verificar que, mesmo sabendo antecipadamente que o homem iria falhar na sua parte, Deus insistiu em dar-lhe nova oportunidade. Nem uma única palavra que Deus pronunciou caiu no vazio, pois todas realizaram o propósito divino.
Vamos falar agora na nova e definitiva aliança de Deus, não com uma raça especial, mas com qualquer ser humano que aceita a oportunidade que Deus dá para a sua vida.
a) O nascimento do Senhor Jesus Cristo
O nascimento do Filho de Deus foi assim: "... estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo." (Mateus 1.8).
É importante saber que, embora José e Maria estivessem casados há alguns meses, a Bíblia não faz referência quanto a isso, mas sabemos que era costume naquela época alguns casais fazerem um voto e não coabitarem durante algum tempo. Esse sacrifício feito pelos nubentes tinha naturalmente um caráter espiritual, visando a um fim proveitoso para ambos. É como o jejum, que a pessoa faz em favor de algo que deseja conquistar.
José e Maria, mesmo casados, ainda não tinham tido lua-de-mel. Mas, vendo José que a barriga de sua esposa aumentava a cada dia sem que tivessem coabitado, deduziu logo que estava grávida de alguém.
Então, por ser um homem de bom caráter, não quis difamá-la e assim resolveu deixá-la secretamente. Enquanto ponderava nessas coisas, eis que lhe apareceu em sonho um anjo do Senhor, explicando-lhe que Maria estava realmente grávida, mas não de algum homem, e, sim, do Espírito de Deus.
Assim como o Espírito Santo envolveu Maria e nela fez nascer o Filho de Deus, também envolve qualquer pessoa e, por um ato de graça e misericórdia, transforma-a segundo a Sua vontade. A partir desse instante, o caráter da pessoa se modifica e esta passa ter o caráter de Deus.
Obviamente, isso só acontece quando a pessoa toma uma atitude de fé e coragem para se submeter ao Senhor Jesus como seu Salvador pessoal. Mas a ação do Espírito Santo é a mesma, pois o simples fato de se desejar seguir o Senhor é obra Sua.
O Senhor Jesus foi a única pessoa que nasceu com duas naturezas: a divina e a humana. Divina porque nasceu por obra e graça do Espírito Santo, e humana, porque nasceu de uma virgem.
É a única pessoa que tem Pai na parte espiritual, mas não tem mãe, e na parte física, tem mãe, mas não tem pai. Importante frisar que, em toda a Sua vida terrena, mesmo durante o exercício do Seu ministério, Sua natureza divina só foi demonstrada pelos milagres que fez, mas jamais quis ter as atribuições de Deus-Pai.
Aliás, o diabo tentou fazê-lo manifestar a Sua divindade quando sugeriu a Ele que transformasse as pedras em pães. O Senhor Jesus bem que poderia tê-lo feito, mas aí teria de usar do Seu poder divino. Se o fizesse, já não serviria como Salvador da Humanidade. Ele não podia nunca se manifestar neste mundo como Deus. Todos os milagres que Ele operou durante o Seu ministério foram realizados usando exclusivamente o poder da fé que a Sua natureza humana tinha naturalmente.

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