Folha Universal

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


A queda de Saul

É impossível alcançar a plenitude das bênçãos divinas quando se mantém o coração amarrado às coisas materiais

Trecho do livro "Aliança com Deus", do bispo Edir Macedo
redacao@arcauniversal.com
Infelizmente, há uma corrente entre alguns que se dizem cristãos afirmando que, uma vez a pessoa salva, pode ficar despreocupada, porque a sua salvação está garantida. O diabo usa filosofias modernas, que satisfazem tanto os que estão caindo, como os já caídos, e essa doutrina tem feito um verdadeiro estrago entre o povo de Deus. Filosofias, como o "cair pelo poder de Deus", fanerose, ou "os salvos serem predestinados", têm feito muitos cristãos sinceros apagar o Espírito de Deus em si mesmos e esfriarem a cada dia.
Esse exemplo é o mais claro e evidente para tantos quantos têm olhos para ver e ouvidos para ouvir. Saul foi um homem escolhido e ungido por Deus para ser o primeiro em todo Israel. Ele profetizou entre os profetas e venceu os amonitas, porque o Espírito de Deus havia-se apossado dele, mas isso tudo ainda não foi forte o suficiente para impedi-lo de perder tudo. E por quê?
Por causa da sua falta de confiança em Deus, Saul desobedeceu à palavra de um homem de Deus. Ele tinha sido ungido e recebido a seguinte ordem do profeta Samuel:
"Tu, porém, descerás adiante de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocausto e para apresentar ofertas pacíficas; sete dias esperarás, até que eu venha ter contigo e te declare o que hás de fazer." 1 Samuel 10.8
Os filisteus reuniram um grande número de soldados bem preparados para pelejar contra Israel, e os homens de Saul ficaram cobertos de temores e se esconderam pelas cavernas, pelos buracos, pelos penhascos, túmulos e cisternas, pois o pavor havia tomado conta deles.
O rei Saul, temendo a derrota, não esperou por Samuel, a fim de realizar o holocausto e oferecer as ofertas pacíficas, já que era a única coisa que poderia mudar aquela situação desesperadora; e, aí, ele mesmo fez o sacrifício.
Veja, leitor amigo, quão importante é a oferta para aquele que a oferece. Quantas vezes temos ensinado o povo sobre o valor da oferta e a importância dela na vida do ofertante, mas muitas pessoas, infelizmente, com o coração endurecido com a Obra de Deus, têm amarrado as mãos do Senhor, impedindo-O de abençoar.
É simplesmente impossível alcançar a plenitude das bênçãos divinas quando se mantém o coração amarrado às coisas materiais. As pessoas somente vão aprender a receber quando aprenderem a dar.
O holocausto e as ofertas pacíficas eram fundamentais para que o povo de Israel tivesse a certeza de que Deus iria lhe dar vitória. O povo tinha plena convicção de que o holocausto e as ofertas pacíficas garantiriam o sucesso em todas as suas jornadas contra os seus inimigos. Ele estava absolutamente consciente de que as ofertas dadas a Deus trariam o espírito da fé e da certeza de que a vitória estava garantida.
O rei Saul não esperou pela chegada do profeta Samuel, e, por iniciativa própria, mandou que trouxessem o holocausto e as ofertas pacíficas e os ofereceu ao Senhor. Estava louco de medo dos filisteus e a oferta era a única solução para o seu problema, porque pensava que o fato de oferecer o holocausto reuniria novamente o povo espalhado e poderia fazer frente aos filisteus e vencê-los com a benevolência de Deus.
Diz a Bíblia que, mal acabara de oferecer o holocausto, o profeta Samuel chegou dizendo:
"...Procedeste nesciamente em não guardar o mandamento que o Senhor, teu Deus, te ordenou; pois teria, agora, o Senhor confirmado o teu reino sobre Israel para sempre.
Já agora não subsistirá o teu reino. O Senhor buscou para si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que seja príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou." 1 Samuel 13.13-14
Saul realmente estava certo ao crer que o holocausto e mais as ofertas pacíficas iriam criar um novo ânimo no povo, mas estava totalmente errado ao pensar que poderia oferecer os sacrifícios a Deus. Tinha sido ungido para rei e não para sacerdote. Os sacrifícios oferecidos a Deus jamais seriam aceitos, porque ele não era sacerdote.
A oferta de sacrifício, antes da vinda do Senhor Jesus Cristo, somente poderia ser oferecida pelos sacerdotes. Sacerdote significa “o que oferece sacrifícios ao Deus Altíssimo”. E, para que a pessoa pudesse servir como sacerdote do Senhor, tinha de pertencer à tribo dos levitas, o que não era o caso de Saul, da tribo de Benjamim. Por outro lado, também, a oferta devia ter espírito e vida; do contrário estava morta e não era aceita pelo Senhor. A oferta que se oferece simboliza a que Deus oferece à Humanidade, isto é: o Seu Filho Jesus Cristo.
Se a oferta que Deus nos oferece tem Espírito e Vida, a oferta que ele nos exige também deve ter espírito e vida. O sacrifício que Saul ofereceu a Deus era morto e sem valor, por estar sem condições espirituais para realizá-lo. Somente o profeta Samuel reunia condições para isso, tanto é assim que Saul esperou por Samuel durante sete dias. Ele poderia mandar trazer um outro profeta menor para proceder ao sacrifício, todavia aquele era um especialmente destinado a garantir a vitória de Israel na luta contra os filisteus.
Esse foi o primeiro grande erro de Saul com o Senhor. O segundo, e definitivamente fatal, foi quando o Senhor mandou que Saul destruísse totalmente tudo o que havia em Amaleque. Saul saiu e destruiu os amalequitas; porém, deixou vivo o seu rei, Agague, e o melhor das ovelhas e dos bois, os cordeiros e os animais gordos e o melhor do que havia, pois não os quis destruir totalmente. Novamente, Saul provou a sua rebeldia às ordens de Deus...
Embora tivesse alegado que o despojo trazido era para oferecer como sacrifício ao Senhor, foi totalmente rebelde ao desobedecer-Lhe. Mesmo que as razões que o levaram à desobediência tivessem sido justas, houve uma transgressão à Palavra, e Deus não podia e não pode suportar esse tipo de atitude daqueles que escolhe para uma determinada missão.
O Senhor se arrependeu de haver constituído Saul rei, porquanto este deixou de dar ouvidos a Sua voz e de executar a Sua vontade.
A partir de então, aquela unção que Saul recebera já não mais existia, pois o Espírito de Deus Se afastara dele. E é melhor que a pessoa jamais conheça a Deus que conhecê-Lo, provar do Seu Espírito, da Sua presença e, em seguida, permitir que se perca tudo. É como o náufrago que nada quilômetros para chegar à praia, e quando chega lá, não aguenta e morre.
Aqueles que acreditam ser impossível perder a salvação deveriam ler com mais cuidado sobre a vida do rei Saul e tirar as suas próprias conclusões.
Com respeito à salvação que recebemos em Cristo Jesus, creio que fomos salvos, estamos salvos e seremos salvos se andarmos de acordo com a orientação da Palavra de Deus! É como o Senhor Jesus disse:
"Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha." Mateus 7.24,25

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